A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se contra o pedido de revogação da prisão preventiva do general Braga Netto, apresentado pela defesa do militar. Braga Netto encontra-se preso desde o dia 14 de dezembro, sob suspeita de tentar obstruir a Justiça durante a investigação sobre uma suposta trama de golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2022.
No parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que há "permanência dos motivos que fundamentaram a decretação da prisão preventiva e a inexistência de fatos novos que alterem o quadro fático probatório que embasou a medida".
Quatro dias após a prisão, o advogado José Luís Oliveira Lima assumiu a defesa de Braga Netto. Em entrevista ao Estadão, o criminalista declarou que "o general não praticou crime algum" e descartou interesse em um acordo de delação.
A PGR já havia se posicionado a favor da prisão preventiva, entendendo que a medida era necessária para evitar interferências nas apurações sobre o suposto plano golpista de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Gonet afirmou, na ocasião, que Braga Netto representa "risco concreto à aplicação da lei penal".
Em depoimento, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, relatou que o general tentou influenciar sua delação. A Polícia Federal solicitou a prisão de Braga Netto por considerar que, em liberdade, ele representa risco à ordem pública, podendo cometer atos que interfiram na investigação.
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