PF apreende R$ 1,5 milhão em operação que investiga prefeito de Sorocaba por contratos ilegais

A Polícia Federal apreendeu R$ 1,5 milhão em espécie durante a operação “Copia e Cola”, realizada na última quinta-feira (10), em São Paulo e na Bahia. Um dos principais alvos da ação é o prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), suspeito de envolvimento em fraudes em contratos públicos emergenciais sem licitação com a Organização Social ACENI — hoje denominada IASE.

Parte do dinheiro — R$ 863 mil — foi encontrada em caixas de papelão dentro do porta-malas de um carro, com um parente do prefeito ligado a uma igreja também investigada. O restante, mais de R$ 700 mil, estava guardado em cofres dos alvos dos mandados de busca e apreensão. A quantia ainda passará por perícia, segundo a PF.

Destaques da operação

“A prática de guardar dinheiro em espécie está ligada à movimentação rápida e sem registro, muitas vezes usada para compra de itens valiosos, como joias”, revelou fonte da PF à imprensa.

Durante a operação, também foram apreendidas 13 armas, que, embora registradas, foram recolhidas por pertencerem a investigado que responde a inquérito policial, o que pode levar à cassação de seu registro como CAC (colecionador, atirador e caçador).

Investigação e suspeitas

A apuração da PF envolve indícios de pagamento de propina e lavagem de dinheiro por meio de:

• Transações imobiliárias suspeitas

• Depósitos em espécie a operadores financeiros

• Movimentações financeiras ligadas a uma igreja, à cunhada do prefeito e ao marido dela

Segundo os investigadores, a OS ACENI, contratada sem licitação para gerir a UPA do bairro Éden, seria controlada por sócios ocultos da empresa subcontratada AP Engenharia Clínica, também alvo da operação. Um dos empresários envolvidos preside um clube de futebol em São Paulo; o outro tem histórico de tráfico de mais de 200 kg de cocaína.

As buscas incluíram a Prefeitura de Sorocaba, a Secretaria de Saúde, a residência de Manga, o Diretório do Republicanos, e imóveis ligados a empresários e ex-secretários municipais.

Prefeito nega irregularidades e fala em politização

“Infelizmente, o que vimos no dia de hoje é a politização da atuação da PF”, declarou Rodrigo Manga em entrevista à CNN.
“A investigação tem que acontecer, é bom que aconteça, mas precisamos separar os fatos”, completou, mencionando casos como os de Pablo Marçal e Gusttavo Lima.