A guerra no Oriente Médio acende um sinal de alerta no mercado agrícola brasileiro, especialmente no setor de exportação de milho. O conflito, que envolve Irã e Israel, pode afetar diretamente as exportações brasileiras, já que o Irã é atualmente o principal comprador do milho brasileiro no primeiro semestre de 2024, responsável por mais de 35% das exportações do país, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Além do impacto comercial, o conflito influencia os custos de produção agrícola no Brasil, especialmente devido à alta dos preços do petróleo e dos fertilizantes. Na última sexta-feira (13), o preço do barril de petróleo subiu 8,1%, com projeções de que, em caso de agravamento da guerra, as cotações possam novamente ultrapassar os US$ 100.
???? Possível queda nas importações do Irã, que lidera as compras de milho do Brasil em 2024, com mais de US$ 359,2 milhões em aquisições no primeiro semestre;
???? Riscos na cadeia global de fertilizantes, já que o Irã é um dos maiores fornecedores de nitrogenados, com mais de 4,5 milhões de toneladas exportadas anualmente;
???? Israel também é um fornecedor relevante de cloreto de potássio, insumo essencial para a agricultura brasileira;
????️ Alta do petróleo eleva custos de produção, impactando diretamente fretes, defensivos agrícolas e ureia, que já apresenta tendência de valorização.
O relatório de junho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve as projeções praticamente inalteradas para a safra 2024/2025:
???????? Estados Unidos: 377,63 milhões de toneladas;
???????? Brasil: 130 milhões de toneladas;
???????? Argentina: 50 milhões de toneladas.
No mercado, os preços do milho apresentaram comportamentos distintos:
???? Bolsa de Chicago: Contrato para julho de 2025 fechou em US$ 4,45 por bushel, alta de 0,68% na semana;
???? B3: Mesmo vencimento recuou 1,97%, encerrando a R$ 63,30 por saca.
✔️ Entrada da safra brasileira e produtividade elevada nos Estados Unidos aumentam a oferta e pressionam os preços;
✔️ Estoques ajustados no Brasil, segundo a Conab, devem segurar quedas bruscas no médio prazo;
✔️ Atraso na colheita da safrinha pode reduzir a oferta no curto prazo, mantendo preços mais sustentados;
✔️ Concorrência com os Estados Unidos, especialmente nas exportações para a China e grandes compradores, deve se intensificar.
Cotações seguirão pressionadas pela colheita no Brasil, mas a demanda interna pode equilibrar os preços;
O desenvolvimento da safra norte-americana será fator-chave para a volatilidade no mercado internacional;
A continuidade ou escalada do conflito no Oriente Médio pode gerar impactos adicionais no comércio exterior e no custo dos insumos agrícolas brasileiros.
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