Sexta, 18 de Julho de 2025

Tempo limpo

Campo Grande, MS

Brasil ECONOMIA

Bolsonaro recua após dizer que pretende mandar mais que o presidente eleito com maioria no Congresso

Ex-presidente nega busca por “poder paralelo”, mas reafirma estratégia de controle do Legislativo para influenciar decisões contra o STF

02/07/2025 às 11h06
Por: Campo Grande Fonte: ASSECOM
Compartilhe:
DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO

Dois dias após declarar, em ato na Avenida Paulista, que pretende influenciar o Congresso a ponto de “mandar mais que o presidente da República”, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recuou parcialmente da fala, alegando nesta terça-feira (1) que sua articulação política visa apenas ampliar a representação de uma "maioria silenciosa" de forma legítima e democrática. O movimento acontece após forte repercussão de reportagem da Folha de S.Paulo, que apontou a tentativa do ex-mandatário de formar um “poder paralelo” por meio da eleição da maioria da Câmara e do Senado em 2026.

“Reiteramos que não há e nunca houve qualquer estrutura ‘paralela’ ou atuação fora dos marcos legais e democráticos”, escreveu Bolsonaro em publicação no X (antigo Twitter).

Estratégia: Congresso como centro de poder bolsonarista

Mesmo inelegível até 2030, Bolsonaro aposta na conquista da maioria parlamentar como principal ferramenta de poder para os próximos anos. Em seu discurso de domingo (29), ele foi direto:

“Se vocês me derem isso [50% da Câmara e do Senado], não interessa onde esteja, aqui ou no além, quem assumir a liderança vai mandar mais que o presidente da República.”

Nos bastidores, o plano inclui comandar bancadas do PL nas duas Casas, negociar candidaturas em todos os estados e priorizar aliados que apoiem ofensivas contra ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes.

Influência na pauta e resistência ao STF

Desde que deixou o Planalto, Bolsonaro tem defendido uma maioria no Senado — Casa com poder de abrir processos de impeachment contra ministros do Supremo. No domingo, ele também apontou a Câmara dos Deputados como essencial, citando a obstrução do projeto que previa anistia aos presos dos atos golpistas de 8 de Janeiro.

“Nós elegeremos nosso presidente da Câmara, do Senado, das comissões mais importantes. Seremos os responsáveis pelo destino do Brasil”, afirmou, admitindo até a possibilidade de estar preso ou morto nas eleições de 2026.

Articulação nacional com partidos aliados

Além do PL, Bolsonaro quer formar uma frente ampla com União Brasil, PP e Republicanos, indicando ao menos um nome bolsonarista ao Senado em cada estado. Mesmo os suplentes estão sendo cuidadosamente avaliados pelo ex-presidente.

O critério mais importante? O compromisso em confrontar o STF. A exigência deixa clara a intenção de transferir o centro do poder político para o Congresso, sob influência direta de Bolsonaro, mesmo fora da disputa eleitoral.

Condições jurídicas e risco de prisão

Bolsonaro é alvo de inquéritos no STF e pode ser condenado por crimes como:

  • Organização criminosa armada

  • Tentativa de golpe de Estado

  • Dano qualificado ao patrimônio público

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito

A pena, somada, pode ultrapassar 40 anos de prisão.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Campo Grande, MS Atualizado às 06h02 - Fonte: ClimaTempo
Tempo limpo

Mín. 10° Máx. 23°

Sáb 28°C 13°C
Dom 29°C 17°C
Seg 33°C 18°C
Ter 34°C 20°C
Qua 35°C 21°C
Horóscopo
Áries
Touro
Gêmeos
Câncer
Leão
Virgem
Libra
Escorpião
Sagitário
Capricórnio
Aquário
Peixes